Brasília, 31/03/20014 – O Senado Federal realizou, nesta segunda, 31, Sessão Especial para lembrar os 50 anos do golpe civil-militar perpetrado no Brasil em 1º de Abril de 1964, com a deposição do presidente João Goulart que contava, à época, com mais de 70% de aprovação popular. A sessão foi pedida pelo senador João Capiberibe (PSB/AP).
A deputada Janete Capiberibe (PSB/AP) lembra que o golpe foi planejado e executado por setores civis brasileiros – latifundiários, banqueiros, industriais e donos dos meios de comunicação – com apoio do governo dos Estados Unidos e alguns setores militares nacionais. “O governo de João Goulart foi derrubado por que propunha reformas de base necessárias e urgentes ao País. Eram as reformas bancária, fiscal, urbana, administrativa, agrária e universitária que ampliariam a inclusão social. O Brasil era menos desigual antes da ditadura. Impedidas pelo golpe civil-militar e pela estrutura de poder montada durante esses 21 anos de escuridão, até hoje as reformas de base não foram realizadas”, protesta a socialista.
Janete lamenta a herança de desigualdade social aprofundada pela ditadura civil-militar, o aumento da concentração das terras e o êxodo rural, o desmonte dos serviços públicos, especialmente educação e saúde, e a representação distorcida do povo brasileiro no Congresso Nacional, onde a maioria atua em defesa dos interesses do poder econômico.
A deputada socialista, exilada política durante 9 anos, junto com sua família – o senador Capiberibe, os filhos Artionka, Luciana e Camilo, governador do Amapá – recorda que além da distância do Brasil, estavam sem documentos e seus filhos só obtiveram documentação brasileira em 1979. Depois da volta, ainda sofreram o preconceito, por conta do discurso de criminalização dos militantes da esquerda e da política como um todo promovida pelo regime de exceção.
Vários sites oferecem matérias especiais sobre os anos de chumbo, no Brasil:
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Sizan Luis Esberci